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Ministro defende cotas sociais em universidades
JB Online

Estamos fazendo na Universidade Estadual do Rio um estudo com o impacto da adoção de cotas nas universidades

O ministro da Secretaria Especial de Políticas para a Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos, quer acelerar a implantação do sistema de cotas sociais nas universidades públicas e encomendou à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) uma radiografia para saber onde estão os avanços e problemas da questão. Ele viaja pelo país para convencer reitores a implantar o sistema, enquanto um projeto de lei que tenta padronizar o programa está na fila da Câmara.

O que avançou na questão das cotas sociais nas universidades?

Estamos fazendo na Universidade Estadual do Rio um estudo com o impacto da adoção de cotas nas universidades. Vamos trabalhar junto aos estudantes e à comunidade universitária. A idéia é chegar até os familiares dos cotistas para saber o que mudou na vida deles, o que é preciso para a sua manutenção na universidade. Não sabemos quem são os jovens pobres. Inclusive, há um questionamento no STF referente às bolsas dos alunos do Prouni. Queremos saber o impacto disso junto à população.

Há uma certa polêmica sobre os critérios para escolha. Às vezes, um branco entra como negro. Como isso pode ser aprimorado?

É exceção à regra. Foi o caso dos gêmeos aqui de Brasília (caso polêmico com dois negros; um entrou e outro não). Atribuem como exemplo. Não é. São fatos isolados. Está dando certo.

E quais argumentos o senhor tem levado aos reitores para a implantação do sistema de cotas?

A universidade pública não pode ser um espaço das elites. A universidade é para todos. E o que acontece no Brasil? O estudante de escola particular, quando chega no nível universitário, vai para a universidade pública. Quem vem da escola pública, quando chega no nível universitário, vai para a particular. Então, o que há é uma inversão.

Há o interesse do ministério em avançar no sistema de cotas, ao passo que nas universidades, cada uma tem seus critérios, o que cria um conflito. Não tem como padronizar isso?

Não tem. Deixamos com a comunidade universitária. Eu tive um debate com a Universidade de Roraima, que não tem cotas. Conversamos e eles vão fazer esse debate, vão pegar experiências de outras universidades para ver o modelo que melhor se adequa à realidade de Roraima.


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