Bolsa de estudo se estenderá por todo o curso para aluno novo de universidade estadual

A Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) assistiu nos últimos cinco anos à queda de 72% no número de cotistas. As causas do fenômeno não foram esclarecidas, mas várias medidas vêm sendo adotadas para tentar conter o êxodo e atrair novos candidatos. A universidade está fazendo um diagnóstico do programa de reserva de vagas, em vigor desde 2003.

Pela lei sancionada em abril pelo governador Sérgio Cabral, todos os alunos que ingressarem no sistema de cotas no segundo semestre deste ano nas universidades estaduais terão direito a bolsa de estudo durante todo o curso universitário. Atualmente, o beneficio é concedido apenas no primeiro ano.

Dependerá de estudo orçamentário a concessão para os cotistas que já estão na universidade - 45% para negros, oriundos da rede pública estadual, deficientes, indígenas e filhos de policiais mortos em serviço.

A Uerj aumentou este mês o valor do benefício de R$ 190 para R$ 250. Sem reajuste há 10 anos, as bolsas vão atender 3.300 estudantes. A ajuda de custo dada a dois mil estudantes que fazem estágio na instituição, participam de projetos de pesquisa e para 1.300 alunos cotistas.

A dificuldade para se manter no curso e arcar com custos de livros, transporte e alimentação tem levado muitos a abandonar as salas de aula. Aluno do último período de Ciências Sociais na Uerj, Anísio Borba, 24 anos, recebeu a bolsa apenas no primeiro ano: "Quando terminou tive que arrumar emprego, fui trabalhar com telemarketing para ajudar nos estudos. A lei deveria incluir ajuda de custo ou desconto para compra de livros."