Globo.com  -  G1 - Vestibular On-Line  -  pg.   -   21/5
2,37% das vagas em universidades públicas são para cotas raciais, diz Ipea
Do G1, em São Paulo

Estudo faz estimativa das vagas reservadas, mas nem todas são preenchidas. 48 universidades públicas implemetaram algum programa de ação afirmativa.

Desde 2001, quando o sistema de cotas  raciais foi implantado pela primeira vez no país em uma universidade pública, 51.875 vagas foram reservadas para alunos negros, de acordo com estimativa da pesquisa “Juventude e Políticas Sociais no Brasil” do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Segundo o estudo divulgado nesta terça-feira (20), em média, de 2001 a 2008, cerca de 7.850 estudantes negros poderiam ser matriculados, a cada ano, nas universidades públicas pelo sistema de cotas raciais se a totalidade de vagas reservadas fosse preenchida. As vagas para cotistas negros correspondem a aproximadamente 2,37% das 331 mil matrículas anuais das instituições públicas. 
 
O sistema de cotas - raciais e/ou sociais - é a modalidade de ação afirmativa que mais tem se expandido nas universidades publicas brasileiras. As primeiras a adotarem cotas em seus processos seletivos foram a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), que por meio de duas leis estaduais, instituíram cotas sociais para alunos de escola pública, em 2000, e cotas raciais para negros e indígenas, em 2001.

Diferentes modelos
O estudo identificou 48 universidades públicas que em 2007 adotavam programas de ações afirmativas. De acordo com os autores, chama a ateção a pluralidade do formato dos programas adotados pelas instituições.

Vinte e uma universidades optaram pela definição de cotas raciais e sociais sobrepostas (candidato egresso de escolas públicas e autodeclarado negro). Neste grupo, algumas instituições também utilizaram o critério da renda familiar per capta do candidato.

O levantamento mostra que dez universidades adotaram apenas cotas sociais, nas quais o vestibulando precisa ter necessariamente estudado no sistema público de ensino; e outras sete instituições, o sistema de cotas sociais e raciais independentes. Essas instituições usam como critério, separadamente, ser egresso de escola pública e ser negro.

As demais ações afirmativas – cotas raciais e bonificação – foram adotadas por cinco instituições cada. Nas cotas raciais, o estudante deve se declarar negro ou indígena para concorrer às vagas reservadas. Já no modelo de bonificação, os alunos recebem - com base no histórico escolar e autodeclaração racial- pontos que serão somados ao resultado do exame do vestibular. 


Topo     Imprimir      Volta