O Programa Universidade para Todos (ProUni), por ser uma forma alternativa de os alunos ingressarem na vida universitária, pode ser uma das variáveis da baixa procura pelo sistema de cotas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Há indícios de que a concessão de bolsas de estudo a alunos carentes seja um dos responsáveis pela queda no número de inscritos do programa, pois muitos alunos optam por estudar mais perto de casa para reduzir gastos com transporte. A suspeita é levantada pela própria reitoria da Uerj.

Após sete anos de sua implantação, o sistema de cotas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) vêm passando por uma crise. Desde 2003, sua procura caiu 75%. Essa questão será avaliada por um estudo produzido pela universidade, em parceria com a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e o Ministério da Educação (MEC), que deverá ser concluído até o final deste ano.

Para o ex-reitor e professor da Uerj, Nival Nunes de Almeida, o sistema de cotas é uma experiência válida, mas já está na hora de ser reavaliado, especialmente pelo prazo da lei. "É interessante estudar outras formas de ajudar o jovem a entrar na universidade, como outras universidades têm feito. Devemos buscar uma discriminação positiva dentro das escolas públicas, não só para os afro-descendentes, mas para os nordestinos, índios e portadores de necessidade também", sugere.

Segundo o professor, que era reitor na época de implantação do sistema, há uma grande necessidade de propaganda das instituições da escola pública sobre políticas de acesso à universidade para o estudante.

Em uma tentativa de convidar os vestibulandos carentes a se tornarem cotistas, a Uerj, juntamente da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), passará a dar uma bolsa de estudos até o final do curso. O privilégio só será oferecido àqueles que ingressarem nas universidades a partir do próximo semestre.

Seguindo com os incentivos, o atual reitor da Uerj, Ricardo Vieiralves, anunciou um reajuste de 30% na ajuda de custo de seus universitários. A bolsa passará a ser de R$250. Essas medidas são decorrentes do não-preenchimento das vagas direcionadas aos negros e estudantes da rede pública no vestibular de 2007.