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Cotas: bolsa até o fim dos estudos
SÉRGIO MEIRELLES

Auxílio vai beneficiar alunos de universidades estaduais

Os estudantes que ingressarem no próximo semestre nas universidades do estado pelo sistema de cotas - alunos oriundos da rede pública, negros, deficientes físicos, indígenas e outras minorias étnicas - vão ganhar um incentivo a mais para concluir os cursos. O governador Sérgio Cabral sancionou uma lei estadual que amplia o tempo de concessão de uma bolsa de estudo aos cotistas. Agora, o benefício será dado durante todo o curso universitário.

Outra boa notícia para os cotistas foi divulgada, ontem, no site da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj): o reitor Ricardo Vieira Alves anunciou um reajuste de 30% na ajuda de custo. Ou seja, o benefício concedido aos alunos vai passar de R$ 190 para R$ 250.

Abandono do curso
De autoria do deputado estadual Carlos Minc, a lei 5.230, que amplia o tempo de concessão da bolsa, foi sancionada pelo governador no último dia 29 de abril e publicada no dia seguinte, no Diário Oficial do estado. Antes da nova legislação, a ajuda de custo só era concedida no primeiro ano de curso, depois o benefício era suspenso. Professores da universidade relatam que muitos cotistas abandonaram a universidade, porque não tinham dinheiro para custear as despesas com livros, passagem e alimentação.

Segundo a lei, só serão beneficiados os alunos que ingressarem no sistema de cotas no segundo semestre deste ano. Segundo um dos assessores de Carlos Minc, a concessão da bolsa até o fim do curso para os atuais cotistas dependerá de um novo estudo orçamentário.

O sistema de cotas para alunos da rede pública, negros, deficientes físicos e indígenas foi instituído no estado pela lei 4.151, em 2003.

Avaliação sete anos depois

Sete anos após sua implantação, o sistema de cotas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) está em fase de avaliação. Um estudo produzido pela universidade, em parceria com a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e o Ministério da Educação, deverá ser concluído até o fim do ano para aferir os resultados do sistema, implantado em 2001. O reitor Ricardo Vieira Alves, que é favorável à reserva de vagas, afirmou que a avaliação contará com indicadores para que a sociedade avalie a proposta:

- Estamos fazendo uma profunda reavaliação do sistema. No ano passado, nós oferecemos mais vagas para o sistema de cotas do que o número de estudantes inscritos. Precisamos saber o que está acontecendo. A intenção é mostrar dados como o desempenho dos cotistas na universidade, problemas enfrentados durante sua formação, além da inclusão dos formados no mercado de trabalho. Será um estudo bem abrangente.

No vestibular do ano passado, a universidade ofereceu 1.048 vagas para quem se autodeclarou negro, sendo que apenas 673 estudantes com este perfil se candidataram, e 439 foram aprovados. O mesmo número de vagas foi oferecido para estudantes da rede pública, que recebeu 1.292 inscritos, com 787 classificados.


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