A política de cotas para os cursos de pós-graduação foi uma sugestão do coordenador da ONG Educafro, frei Davi Raimundo dos Santos, durante uma audiência pública na Procuradoria-Geral do Estado. Segundo Santos, é preciso providenciar um acompanhamento dos estudantes cotistas depois que eles se formam e para isso, o ideal é que a lei se amplie para o mercado de trabalho e para os cursos mais avançados. Na sua opinião, é necessário levar as políticas de cotas e medidas afirmativas para os cursos de pós-graduação das universidades públicas?

"No DCE, existem várias posições sobre as cotas. Particularmente, sou contra porque ela é uma política restritiva ao invés de facilitar o acesso. Da maneira como está sendo feito, vagas estão sendo reservadas para um determinado grupo e não são oferecidas mais vagas para os demais. Em relação a pós-graduação, o princípio é o mesmo pois não há defasagem entre os alunos que se formam na universidade. A graduação consegue resolver a diferença do ensino fundamental e médio entre os estudantes de colégios públicos e privados".
Carolina Barreto
Coordenadora do DCE da UFRJ

"O processo de formação da nossa sociedade tem gerado privilégios para alguns e por isso é necessário tentar democratizar um pouco o acesso à educação. É válida a criação de cotas para os cursos de pós-graduação porque ela é responsável pela produção de temas relevantes ao desenvolvimento da sociedade. Seria interessante que tivéssemos pessoas que sofrem com preconceito racial ou social integrando a produção dos cursos mais avançados, pois eles têm uma sensibilidade maior para abordar determinados temas."
Guilherme Pimentel
Coordenador do DCE da Uerj

"Não sou favorável às cotas porque trata-se de uma política assistencialista. Portanto, ela não deve ser utilizada em caráter definitivo. É preciso investir em educação básica e fundamental para que os alunos não precisem de vagas especiais, que é uma forma de disfarçar os problemas atuais. A formação que a graduação proporciona é igual para todos. Se os alunos se esforçarem, é possível que os cotistas se formem com conhecimento melhor que os demais não precisando de política de cotas para cursar uma pós-graduação."
Luiz Renato Padilha
Coordenador do DCE da UniRio