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Estudantes da UFSC são contra cotas no vestibular
Por Lilian Burgardt

Pesquisa realizada por alunos da instituição indica 60,74% de rejeição

Publicado em 22/01/2008 - 11:00

Uma pesquisa realizada por alunos do 6º semestre do curso de Engenharia Mecânica para a disciplina de Estatística indica como é a receptividade de estudantes da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) ao regime de cotas na instituição. O ano de 2008 seria o primeiro em que a UFSC adotaria o regime de cotas no vestibular afim de reservar 20% das vagas para alunos de escolas públicas e 10% para estudantes negros do sistema público. Seria, não fosse a decisão do juiz federal Gustavo Dias Barcellos, que suspendeu a adoção do sistema de cotas por meio de uma liminar no último dia 18 de janeiro. Com isso, a instituição catarinense não pôde, ainda, juntar-se ao grupo de universidade que utilizam a reserva de vagas, como já é o caso da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e UnB (Universidade de Brasília).

Orientados pela professora Doutora Sílvia Nassar, os estudantes Clauber Weigel Schappo e Timóteo Barcellos de Moraes coletaram dados apontando que 60,74% dos alunos de graduação da UFSC são contrários a qualquer regime de cotas. Entre os principais motivos estão o receio na queda de qualidade do ensino a partir da inserção dos cotistas e, também, de um levante à segregação dos alunos cotistas por parte dos não cotistas.

"Os estudantes de graduação da UFSC têm pouca receptividade para o sistema de cotas implantado, principalmente em se tratando das cotas raciais. Além disso, uma grande parte é pessimista em relação às cotas (66,54%), seja em relação à diminuição no nível de aprendizado como também, boa parte acredita que as cotas irão trazer discriminação entre o corpo discente cotista e não cotista dentro da universidade (42,31%) como, também, no mercado de trabalho (46,26%)", explica Schappo.

Outro resultado interessante apontado pela pesquisa é que apenas 4,68% dos alunos acreditam que as cotas são uma forma de compensação pela discriminação racial existente. Isso explica a diferença no percentual de estudantes que defendem as cotas no que diz respeito à raça e a condições socioeconômicas. Do total de estudantes a favor das contas, apenas 8,15% defendem a reserva de vagas para negros, enquanto 34,01% se mostram a favor das cotas socioeconômicas.


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