Folha Dirigida  -  Educação/Coluna do Professor  -  pg. 08  -   5/9
Mais benefícios para cotistas

A manutenção de cotistas nas universidades está sendo estudada por uma comissão formada pelas estaduais Uezo, Uenf e Uerj. Uma das idéias é beneficiar estes alunos com uma bolsa de R$320 para gastos com moradia e alimentação. Um dos defensores do projeto, que tem participação da ONG Educafro, é o reitor da Uenf, Almy Cordeiro. Hoje, somente a Uenf e a Uerj oferecem este tipo de auxílio, com bolsas de R$214 e R$193, respectivamente, que são válidas apenas para o primeiro ano do curso. Esta medida, de fato, diminuirá a evasão dos cotistas?

"Acho que no caso das instituições que definem um política de cotas que leva em consideração a questão social é coerente adotar este tipo de medida. Uma vez que as cotas existem, não tem sentido não dar apoio para que estes alunos se mantenham na universidade. As instituições que adotam uma política de cotas para pessoas que não têm recursos acabam tendo que ter um ‘plano B’. Senão, é como se fosse um espécie de morte anunciada. Entretanto, é importante lembrar que há outras políticas alternativas às cotas."
Ricardo Miranda, Reitor da Rural

"A princípio, sou contra as cotas. Acho que elas excluem mais do que incluem. Entretanto, uma vez que elas já foram instituídas e não temos como fugir, nos deparamos com um problema maior que é manter os alunos. É benéfico quando se pensa em dar um auxílio a eles, mas deve existir um cuidado para que amanhã ou depois isso não vire uma espécie de sub-emprego: R$320 é quase um salário mínimo. É necessário investir em infra-estrutura, porque talvez, se a universidade oferecesse alimentação e moradia, os estudantes não teriam necessidade de bolsa."
Magno Maranhão, Superintendente da Fundação Souza Marques

"Não há dúvida que isso é fundamental. O acesso não pode se esgotar na matrícula do aluno. É necessário uma infra-estrutura básica para dar condições reais e não só a formalização. Assim o curso vai criar efeitos na vida profissional e pessoal do estudante. É difícil afirmar se este valor de auxílio de R$300 é muito ou pouco, isso tem que ser pensado. A princípio me parece pouco, é menos do que um salário mínimo. Não adianta dar esmola, o valor deve ser discutido para que o auxílio surta o efeito desejado". 
Donaldo Bello De Souza, Professor da Faculdade de Educação da Uerj

 


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