Folha Dirigida  -  Educação  -  pg. 10  -   30/8
Comissão avalia criação de mais benefícios para cotistas

Uma comissão composta por três universidades estaduais do Rio - Uerj, Uenf e Uezo - e outras entidades, como a ONG Educafro, pretendem apresentar novas propostas para facilitar a manutenção dos estudantes cotistas nas universidades. A criação de uma bolsa mensal no valor de R$320, destinados a gastos com moradia e alimentação, é uma das propostas. A comissão é encarregada de reavaliar a Lei 4.151 que reserva, desde 2003, 45% das vagas para negros, alunos da rede pública, deficientes físicos e indígenas nas universidades estaduais do estado.

Atualmente, apenas duas instituições oferecem bolsas: Uerj e Uenf. Os benefícios são de R$193 e R$214, respectivamente, e são concedidos apenas no primeiro ano de curso. A ajuda insuficiente gera complicações para que os alunos cotistas dêem continuidade aos seus cursos e muitos não conseguem se manter na universidade. Com o objetivo de amenizar o problema, o reitor da Uenf, Almy Cordeiro, pretende disponibilizar mais recursos aos alunos cotistas. "Não temos alojamento, nem bandejão. Vou propor a criação de um vale-alimentação de R$160 e um auxílio moradia no mesmo valor, com recursos do Fundo Estadual de Combate à Pobreza", prevê o professor.

Outro grande desafio da comissão é conseguir ajustar a lei para que todas as vagas destinadas aos cotistas sejam preenchidas. Na Uerj, o problema das vagas ociosas é significativo. Em 2006, apenas 1.605 vagas das 2.358 vagas reservadas foram utilizadas. Quanto a realização de outras modificações na lei, o reitor da Uerj, Nival Nunes, defende que a exigência de que o aluno cotista tenha que ter cursado todo o ensino na rede pública seja abolida. Para o professor, cursar apenas o nível médio já seria suficiente.


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