O Globo  -  On line  -  pg.   -   17/8
Reitor da Uerj: Nova cota é política eleitoral

RIO - A partir deste ano, filhos de policiais, bombeiros e agentes penitenciários mortos em serviço serão beneficiados pelo sistema de cotas nas universidades estaduais do Rio, sendo incluídos no percentual de 5% de vagas reservadas para portadores de deficiência. Além disso, um novo projeto de lei, apresentado na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) e que deve ser votado ainda este ano, prevê a reserva de mais vagas para alunos da rede pública. Em entrevista para a Revista Megazine deste terça-feira, o reitor da Uerj, Nival Nunes de Almeida, afirma que as medidas não passam de política eleitoral.

Segundo ele, o deputado Álvaro Lins, autor da lei que beneficia filhos de policiais e bombeiros, entrou em contato com a universidade, que mostrou que esse não era o melhor caminho, mas que o ideal seria fortalecer o ensino básico, permitindo, por exemplo, que a Faetec ofereça mais cursos profissionalizantes. Já quanto ao projeto de lei, o reitor lamenta que o autor do projeto, deputado Zito, não tenha procurado a Uerj.

- A lei é paliativa. Não é política de Estado, é política eleitoral. A Assembléia Legislativa não contempla o orçamento da universidade, mas faz leis mesmo sem entender como funcionam.

Ele acrescenta ainda que a Uerj tem problemas mais urgentes e que os deputados deveriam estar preocupados com o orçamento, por exemplo, com ações mais afirmativas que faças com que a universidade sobreviva.

- Criamos uma comissão para avaliar as cotas. Para a rede pública, minha proposta é exigir que o aluno tenha feito apenas o ensino médio nas escolas públicas, como acontece na maioria das instituições que reservam vagas, afirma.


Topo     Imprimir      Volta