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Filhos de policiais mortos terão cota nas universidades

RIO - Mais de quatro anos após a sua implantação, o sistema de cotas nas universidades estaduais ainda tem fôlego para polêmica. Sem chamar atenção, o governador Sérgio Cabral sancionou no mês passado uma lei de autoria do deputado e ex-chefe de Polícia Civil Álvaro Lins (PMDB), que inclui os filhos de policiais, bombeiros e agentes penitenciários mortos em serviço entre os beneficiados pela reserva de vagas. A mudança já vale, por exemplo, para os inscritos no atual vestibular da Uerj.

A lei altera um trecho do texto original de cotas, que estabelecia 5% das vagas para minorias étnicas e portadores de deficiência. Nesta porcentagem, foram incluídos os filhos dos funcionários de segurança pública e de bombeiros mortos em serviço. Continuam valendo os 20% das vagas para os alunos da rede pública e os outros 20% para os negros.

Secretário: 'É preciso repensar todo o sistema'

Na Uerj, a novidade está sendo recebida com desconfiança. A diretora da Associação de Docentes da universidade, Denise Brasil, afirmou que o tema não foi discutido com alunos e professores, sendo imposto de fora para dentro da instituição.

Apesar de não se declarar contra a lei que incluiu os filhos de policiais mortos entre os beneficiados com a reserva de vagas nas universidades, o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardoso, afirmou que o momento atual é de repensar todo o sistema de cotas nas universidades estaduais. Uma comissão foi criada por Cardoso para avaliar o projeto, implantado em 2003, e deve apresentar seus primeiros resultados no início de setembro.


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