O Globo  -  Rio  -  pg. 31  -   4/8
Filhos de policiais mortos terão cota nas universidades
Ruben Berta

Mais de quatro anos após a sua implantação, o sistema de cotas nas universidades estaduais ainda tem fôlego para polêmica. Sem chamar atenção, o governador Sérgio Cabral sancionou no mês passado uma lei de autoria do deputado e ex-chefe de Polícia Civil Álvaro Lins (PMDB), que inclui os filhos de policiais, bombeiros e agentes penitenciários mortos em serviço entre os beneficiados pela reserva de vagas. A mudança já vale, por exemplo, para os inscritos no atual vestibular da Uerj.

A lei altera um trecho do texto original de cotas, que estabelecia 5% das vagas para minorias étnicas e portadores de deficiência. Nesta porcentagem, foram incluídos os filhos dos funcionários de segurança pública e de bombeiros mortos em serviço. Continuam valendo os 20% das vagas para os alunos da rede pública e os outros 20% para os negros.

— Tive a idéia com base nos benefícios que os pracinhas receberam após a II Guerra Mundial. Detectamos que, na reserva de 5%, há uma boa quantidade de vagas ociosas, que poderiam ser preenchidas com a lei — afirmou Álvaro Lins.

Na Uerj, a novidade está sendo recebida com desconfiança. A diretora da Associação de Docentes da universidade, Denise Brasil, afirmou que o tema não foi discutido com alunos e professores, sendo imposto de fora para dentro da instituição.


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