Folha Dirigida - Educação - pg. 07 - 17/5 | |||
Fórum educacional: Desempenho dos cotistas |
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Uma pesquisa realizada pelo Programa de Políticas da Cor na Educação Brasileira, do Laboratório de Políticas Públicas da Uerj, derrubou o mito de que as cotas raciais teriam impacto negativo no meio acadêmico. Tratados com distinção quando do processo seletivo, negros e brancos apresentam desempenho semelhante depois que ingressam na universidade, segundo os docentes. Na sua opinião, o bom rendimento dos alunos cotistas é surpreendente? "A priori, eu acho esse resultado da pesquisa surpreendente e fico satisfeito. À primeira vista, tínhamos a impressão que os alunos não teriam um bom desempenho, pois entrariam nas universidades com alguma deficiência. Se a pesquisa contradiz essa impressão, considero saudável. O resultado reconhece e valoriza o esforço que estes alunos devem estar fazendo no ensino superior, além de afastar um possível preconceito. Apesar disso, eu não sou a favor das cotas raciais". "A pesquisa mostra que muitos dos segmentos acadêmicos estão equivocados em relação ao perfil dos alunos que, amparados por cotas raciais, ingressam nas universidades. O resultado não me causou estranheza e nem me surpreendeu, já que jamais acreditei que essas cotas significassem um impacto negativo para o mundo acadêmico. Pelo contrário, esse mundo tem que incentivar o acesso à vida universitária, independentemente de cor, sexo ou credo como, aliás, assegura o próprio texto constitucional". "Obviamente, precisamos conhecer os termos do estudo. Os resultados sempre dependem do tamanho da amostra, das hipóteses. Mas, de qualquer forma, esse resultado não me surpreende. A universidade de Campinas faz um trabalho de acompanhamento dos cotistas e já divulgou resultados como este da Uerj. Esse é um bom caminho. Acredito que as cotas são moralmente imbatíveis. Porém, do ponto de vista prático, ninguém conseguiu resolver esse problema". |
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