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Evento discute acesso de negros à universidade
Alessandra Aquino

ESPECIAL PARA O ESTADO SALVADOR

A Universidade Federal da Bahia (UFBA) foi sede do 1º Encontro Nacional de Estudantes Negros e Cotistas, que teve como objetivo discutir a ampliação do acesso de afro-brasileiros à universidade.

O evento, organizado pela União Nacional dos Estudantes (UNE), reuniu 210 universitários na sexta-feira e no sábado com a proposta de elaborar uma pauta para o próximo congresso da entidade e definir a linha política da UNE para a questão racial, de acordo com Helen Barcellos, estudante da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e membro da comissão organizadora do encontro.

Na abertura do evento foi discutido o tema "Cotas e estatuto da igualdade racial", com um debate sobre as políticas governamentais de promoção da igualdade racial.

No sábado, pela manhã, as discussões giravam em torno da luta por uma universidade democrática e popular.

À tarde os participante debateram "o desafio da permanência", que questionava como os estudantes negros de baixa renda conseguem se manter na universidade.

No final do encontro, os estudantes também se posicionaram contra a redução da maioridade penal, considerada por eles uma espécíe de criminalização da pobreza.

Para Maiara Oliveira, estudante da UFBA e diretora de Combate ao Racismo da UNE, é importante que as pessoas entendam qual é o papel da educação na luta contra a segregação racial. "É muito bom contarmos em um evento como esse também com a participação de colegas que não são negros porque a luta não é só nossa. O processo de conscientização é bom para os dois lados", afirmou Maiara.


Alunos da Unesp denunciam racismo

Quatro estudantes angolanos bolsistas do convênio internacional da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e uma brasileira apresentaram queixa de discriminação racial ao Conselho da Comunidade Negra de Bauru, interior de São Paulo.

Eles afirmam que no dia 25 de março foram abordados de forma truculenta por policiais militares que os obrigaram a descer do veículo sob mira de armas com as mãos na cabeça e revistaram seus pertences.

O presidente do conselho,Duílio Duka de Souza, orientou os estudantes a registrar boletim de ocorrência e diz que deve acompanhar as apurações. "A existência de cinco negros dentro de um veículo não autoriza os policiais a tratá-Ios de forma discriminatória e nós queremos tudo apurado, com os exageros exemplarmente punidos", disse. O comando do 4° Batalhão Policial Militar do Interior informa que vai apurar a denúncia.

JAIR ACEITUNO, ESPECIAL PARA O ESTADO


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