Ignorante e beirando o ridículo a afirmação do Senhor frei David na edição da Megazine do dia 6 de março, onde o mesmo diz que “a classe média tem outras faculdades para se inscrever, papai e mamãe podem bancar curso particular”. Mal sabe ele que papai e mamãe bancaram seu filho durante toda vida no ensino particular, já que o ensino público é de má qualidade. Um ensino superior público e de qualidade vem como prêmio de anos de esforço (...) Além do mais, resta falar que papai e mamãe são os que pagam impostos e que deveriam ter direito ao ensino público desde cedo. Sou estudante da UFRJ e não encontro palavras para demonstrar a minha indignação.
Pedro Bollentini Moreira

Cotas 2
 Não vejo o frei David como um homem beligerante, da maneira que o missivista Rodrigo Lima o descreveu. (...) Vejo, sim, uma pessoa que luta exaustivamente por uma questão que era para ser de todos.
Afinal, o IBGE declara que somos, no Brasil, cerca de 42% de negros, fora os mulatos, morenos, pardos e outras denominações que temos por aqui. Mas o que discute o frei é que esse número não se reflete nas universidades públicas, que são mantidas por todos, com os impostos recolhidos de todos os brasileiros, inclusive desses que não se encontram nas universidades públicas. Mesmo nos EUA, (...) país então racista, as cotas raciais foram usadas como política afirmativa porque entendeuse que havia a necessidade de se reparar erros na condução histórica do país. Aqui, (...) existe um verdadeiro apartheid em alguns campos universitários. Por quê? (...) É disso que o nosso frei fala, oportunidades iguais para todos, que não se verifica em nossa sociedade. Quanto ao ensino de base, somos favoráveis que haja uma grande mobilização nacional em prol de uma educação de base no Brasil (...), isso sim é o nosso sonho. Não precisar mais de cotas nem de políticas afirmativas.
Mas enquanto esse sonho não se realiza, somos pelas cotas, sim.
Maria dos Anjos Cypriano Alves dos Santos