O Globo  -  Megazine  -  pg. 19  -   13/3
Cotas

Li na matéria sobre cotas na Uerj a interessante opinião do cidadão frei David dos Santos, que sentencia que “classe média tem outras faculdades para se inscrever, papai e mamãe podem bancar curso particular”.
(...) A esses papais, cabem apenas os impostos, que financiam essas mesmas instituições, às quais seus filhos não terão direito.
(...) Que tal uma matéria sobre o verdadeiro problema da educação: a base? Não precisaríamos de cotas para ninguém se o ensino básico fosse sério e rigoroso.
Nasci filha de alfaiate e manicure, estudei em escolas públicas, numa época em que o ensino era melhor do que na maioria das escolas particulares, e passei no vestibular da Uerj em faculdade com alta relação candidato-vaga(...) Fá ti ma Vieira Muito me indignou a postura um tanto agressiva de um frei chamado David dos Santos (...) Essa, decerto, não é a postura que se espera de um assim chamado “frei”, ainda mais franciscano. Sua fala só vem acirrar a disputa entre as classes ao tentar resolver um problema de base educacional pela superfície.(...) Só me resta pedir perdão a Deus por sentir tanta raiva ao ler o jornal pela manhã. Rodrigo Azeredo A respeito da matéria “Uerj: a verdadeira disputa”, fiquei muito surpresa com a colocação de frei David dos Santos.
Não polemizando sobre o regime de cotas e seu merecimento, o que me causou verdadeiro espanto foram as seguintes palavras: “a classe média tem outras faculdades para se inscrever, papai e mamãe podem bancar curso particular”.
Como um frei que deve pertencer a alguma entidade religiosa, que com certeza prega uma atitude amorosa e fraterna entre classes, irmãos e humanidade, pode se colocar de uma maneira tão preconceituosa, tão raivosa e depreciativa, falando de uma classe média tão massacrada no nosso pobre país, que paga tão altos impostos e que também tenta sobreviver nesse mar de impunidades e erros? Que rancor, senhor frei David!!!!!!!!!!! Tire o amargor de sua alma, dispa-se de preconceitos, e aí sim, com a alma leve, siga adiante nos seus objetivos tão importantes para todos.
Sonia Virginia Luz Ao ler a reportagem sobre as cotas na Uerj, confesso que fiquei um pouco perplexa, pois o número de cotistas caiu não pelo fato de terem poucas pessoas tentando uma vaga, mas sim pelo método que a universidade utiliza para avaliar quem é pobre ou não. Este ano, muitos tentaram a cota e tiveram seu pedido indeferido(...). Ou seja, o processo de exclusão começa na própria Uerj. Quanto a reduzir o percentual, é um motivo injusto, pois, quando não consegue preencher as vagas com os cotistas, a universidade as repassa para aqueles que não são cotistas.(...) Ana Caroline da Silva, vestibulanda.


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