Folha Dirigida  -  Educação  -  pg. 11  -   6/12
Cotas sociais na UFRJ são insuficientes, diz Frei David

O coordenador da Educafro, Frei David dos Santos, elogiou a postura do reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira, que no último dia 26 prometeu empenho para reservar de 5% a 10% de vagas para estudantes da rede pública. No entanto, David acredita que é preciso que as vagas aumentem e que a medida seja aplicada também na reserva para estudantes negros e de minorias étnicas. O coordenador da Educafro também cobra um maior percentual. "Nossa expectativa é que o reitor perceba que a porcentagem proposta está totalmente fora da realidade", afirma.

Ao contrário do sistema de cotas adotado pela Uerj, que beneficia negros e minorias étnicas, as cotas propostas pela UFRJ não se destinariam a minorias raciais mas a estudantes pobres da rede pública. Para David, um verdadeiro sistema afirmativo deve ser mais amplo. "O reitor não pode ficar cego de um olho e ver só metade do Brasil, que vive um drama social e racial. A Educafro está disponível para reunir-se com ele a qualquer momento para aprofundar a pauta de inclusão social também do negro", afirma.

Aloísio argumenta, por sua vez, que a exclusão de estudantes da rede pública é resultado de desigualdades econômicas e não de raça, por isso defende apenas as cotas sociais. Algumas escolas da universidade, como a de Medicina, são contra as cotas propostas pelo Plano de Desenvolvimento Institucional. David critica a postura da faculdade.

"Nossa expectativa é que o reitor trabalhe mais a consciência cidadã dos conselheiros universitários especialmente da escola de Medicina, reduto do conservadorismo e da opinião anti-povo e anti-negro. Se ele necessita da pressão do movimento social para conseguir levar adiante esse propósito, estamos com ele", finaliza.


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